A implantodontia é uma área que tem crescido bastante no Brasil, sendo cada vez mais promissora, devido a um maior acesso das pessoas aos tratamentos odontológicos. Realizando quase 1 milhão de implantes por ano, segundo o CROSP – Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, o país ocupa a quarta posição mundial na área, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Alemanha e Itália.

Para trabalhar com implantes, o cirurgião-dentista deve se especializar em cirurgias mais complexas, conhecer bem os materiais e tipos de próteses utilizados, entre outros conhecimentos específicos.

Para ajudá-lo a conhecer melhor a área, listamos neste artigo 9 dicas sobre como se especializar em implantodontia. Confira!

1. FAÇA UMA BOA ESPECIALIZAÇÃO

Esse é o primeiro passo para começar a atuar na área. Sendo um generalista ou já tendo uma especialização em outra área, há conhecimentos específicos a serem adquiridos para fazer implantes com qualidade e segurança.

O mercado oferece muitos cursos na área, com diferentes valores, carga horária e tempo de duração. Há cursos mais práticos e outros com olhar voltado também para a área acadêmico-científica, como os cursos de mestrado.

Antes de escolher a instituição, verifique se ela está credenciada junto ao Conselho Federal de Odontologia, para evitar problemas com o reconhecimento do curso. Também é indicado conferir a avaliação de ex-alunos, conhecer o corpo docente e se há repercussão negativa sobre a instituição ou o curso.

As especializações na área têm duração média de dois anos, geralmente com aulas espaçadas, para não dificultar a prática no consultório.

2. FAÇA O REGISTRO DE ESPECIALISTA NO CONSELHO REGIONAL E FEDERAL

Ainda que não seja obrigatório — como o registro de formação em odontologia — fazer o registro de especialista em implantodontia, tanto no Conselho Regional quanto no Federal de Odontologia, é importante para trazer mais credibilidade e confiança aos pacientes.

Por ser um tratamento mais complexo e de valor mais elevado, é comum que os pacientes confiram no site dos conselhos se o dentista indicado tem esse registro.

3. DOMINE OS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DA ÁREA

Ter um conhecimento geral da área é diferente de dominá-los. Quanto mais você se dedicar a esses aprendizados, melhores serão os resultados práticos e menores os riscos de complicações em cirurgias.

Entre os conhecimentos necessários para uma boa prática em implantodontia, estão:

  • avaliação e diagnóstico das condições da estrutura óssea dos maxilares, para avaliar a necessidade de raspagens, enxertos ou outras intervenções para o sucesso do implante;
  • capacidade de identificar e diagnosticar alterações nas mucosas da boca e nas estruturas de suporte dos dentes, que possam indicar uma possível rejeição, alergia ou outra intercorrência;
  • conhecimento sobre as técnicas e procedimentos de laboratório relacionados aos diferentes tipos de prótese que podem ser feitas sobre os implantes;
  • domínio e diferenciação das técnicas cirúrgicas específicas utilizadas para colocar os implantes;
  • manutenção e controle dos implantes;
  • capacidade para fazer enxertos ósseos, gengivais e implantes dentários no complexo maxilo-facial.

4. MANTENHA-SE ATUALIZADO SOBRE TÉCNICAS E MATERIAIS RELACIONADOS À IMPLANTODONTIA

Você não precisa conhecer de cor e salteado todos os materiais e todas as marcas existentes no mercado — elas são inúmeras e você vai aprendendo com a prática a qual lhe deixa mais confortável para trabalhar, pensando sempre na relação custo-benefício para o consultório e para o paciente.

Ainda assim, é necessário manter-se atualizado sobre novas técnicas, materiais e medicamentos mais modernos, que possam melhorar o tratamento e até poupar tempo.

5. INVISTA EM QUALIDADE E QUANTIDADE QUANDO O ASSUNTO FOR MATERIAL DE TRABALHO

Os insumos para a prática da implantodontia têm custos elevados, mas você pode diluí-los comprando peças em maior quantidade. Assim, você consegue preços melhores e têm mais opções para usar durante a cirurgia.

Ter opções é essencial para não frustrar a cirurgia planejada. Afinal, ainda que você tenha feito um bom planejamento do tratamento, estudado as tomografias — uma etapa essencial para o sucesso cirúrgico — podem ocorrer imprevistos, devido a fatores biológicos, podendo exigir uma prótese maior ou menor.

Não compre materiais de qualidade muito inferior ao que você pode oferecer ao seu paciente. Ainda que ele não conheça os detalhes técnicos, sua satisfação depende da funcionalidade e efeito estético do tratamento.

6. TENHA MAIS DE UM MOTOR DE IMPLANTE

O ideal é ter, ao menos, dois motores para a prática diária da implantodontia. Assim você evita ter que cancelar uma cirurgia ou toda a agenda porque o único equipamento disponível deu defeito.

Não é necessário comprar o motor para usar no curso de especialização, mas ele será indispensável para os atendimentos no consultório.

7. DEIXE MAIS DE UM CONTRA ÂNGULO ESTERILIZADO

Contra ângulo também é um componente de maior valor, por isso, é bom optar por marcas já reconhecidas e consolidadas, para evitar surpresas desagradáveis com problemas de funcionamento.

Para não ter imprevistos durante o procedimento cirúrgico, o ideal é que você deixe mais de um contra ângulo esterilizado. Logo, assim como o motor, é bom ter ao menos dois desse acessório.

8. FAÇA PARCERIAS COM EMPRESAS FORNECEDORAS DE KITS E COMPONENTES

Durante o curso de especialização, você vai conhecer alguns fornecedores de kits e componentes de implantes — geralmente, a instituição elege de 2 a 3 para usar nas aulas práticas.

Uma boa dica é se relacionar com dois fornecedores, para conseguir preços melhores com o benefício da fidelização. Por outro lado, é bom ficar atento às novidades e promoções de outras empresas e aproveitar os descontos quando a qualidade for similar ao que você já usa.

Cada fornecedor tem seu próprio catálogo e você poderá escolher os kits de acordo com o serviço que deseja oferecer e com o preço que seus pacientes podem pagar — o preço e a qualidade podem ser bastante variáveis.

Seu estoque de implantes e componentes deve ser montado aos poucos, na medida em que você vai conhecendo sua demanda. É importante que você tenha algumas opções de hexágonos internos, externos ou cone morse de alturas e larguras diversas. Muitos componentes podem ser esterilizados e reutilizados, o que gera uma boa economia.

9. ENCONTRE UM BOM LABORATÓRIO DE PRÓTESE

Essa é uma parceria de extrema importância, pois o laboratório precisa ter qualidade e ser pontual para não comprometer o planejamento de suas cirurgias. Ao mesmo tempo, tem que ser acessível aos seus pacientes, já que o custo dessa terceirização é repassado a eles, sendo embutido na precificação total do tratamento.

Alguns dentistas especialistas em implantodontia fazem algumas de suas próteses — os cursos de especialização costumam ter um ou mais módulos sobre prótese em sua grade curricular — mas, quando há uma carga maior de trabalho cirúrgico, o melhor é contar com protéticos de sua confiança e que façam o trabalho com a qualidade que você deseja.

10. ESTEJA ATENTO AS INOVAÇÕES DO MERCADO ODONTOLÓGICO

Muitos profissionais que estão estabilizados no mercado esquecem de se atualizar e olhar novas oportunidades e tecnologias, um bom exemplo de inovação é a odontologia digital, que por muito tempo foi um sonho. Ter a possibilidade de oferecer ao paciente um tratamento mais rápido, previsível e com a máxima segurança parecia utópico, mas graças a entrada de novos produtos no mercado como o scanner intraoral, hoje o dentista consegue fazer todo processo de moldagem, planejamento e troca de informações com o laboratório em apenas uma seção, sem necessidades de idas e vindas e perdas de material.

Como vimos, a área de implantodontia tem suas especificidades e desafios, mas, é certo que, com dedicação e alguns investimentos, ela pode trazer excelentes retornos para você e seu consultório.